O cenário de caos urbano não é uma narrativa utópica, ou uma espécie de aviso alarmista sobre um futuro distante.

Rio de Janeiro.

Mais de 200 agentes da lei feridos estando ou não em serviço. Desses, praticamente a metade morreu.

Cenários de guerras em diversos pontos da cidade, toques de recolher, violência desenfreada, crimes ocorrendo em qualquer horário do dia. Ao combinar-se com as debilitadas condições econômicas da cidade, forma-se o clima perfeito para a eclosão do caos total.

Esse tipo de situação é estudado há décadas por sobrevivencialistas no mundo todo, aqueles que se dispõem a pensar fora da caixa e tiram um tempo para se preparar para situações de caos e desordem predominantemente urbana.

The Gray Man (O Homem Cinzento)

O cenário de caos urbano não é uma narrativa utópica, ou uma espécie de aviso alarmista sobre um futuro distante. Conflitos de pequena e média escala podem ocorrer da noite para o dia. Situações de derrubada de governo, catástrofes naturais ou causadas por falhas de operação de indústrias, ataques terroristas, todos estes cenários podem gerar situações de distúrbio e descontrole. Uma situação de emergência somada ao descontrole da população raramente resulta em boa coisa.

Dentre os inúmeros tópicos que remontam sobrevivencialismo urbano, existe uma figura muito peculiar, o Gray Man ou o Homem Cinzento.

A teoria do “Homem Cinza” é uma proposta para diminuir as probabilidades de um confronto em missões específicas ou operando em ambiente comum com ameaças aleatórias. A ideia inicial é que o agente simplesmente passe batido, sem ser notado ou lembrado por um detalhe incomum qualquer.

Não se sabe onde exatamente nasceu a Grey Man, mas sem dúvidas  a teoria ganhou força durante a Guerra Fria. Técnicas de mimetismo e disfarces são utilizados por espiões desde o inicio de nossa civilização. Dentro do sobrevivencialismo moderno, há casos de pessoas que passaram a viver completamente “fora do mapa”, sem documentação, cartões de banco, celulares, redes sociais, etc. Claro, isto é uma situação extrema. Mas no nosso dia a dia é cada vez mais comum termos pessoas que carregam consigo o que chamamos de itens de primeira utilidade em caso de crise.

EVERYDAY CARRY

Conceito de EDC (Everyday Carry)

Every Day Carry refere-se a uma pequena coleção de ferramentas, equipamentos e suprimentos que são levados por uma pessoa diariamente para ajudar no combate às situações que vão desde o cotidiano ao desastroso. O termo EDC também se refere à filosofia ou o espírito de “preparação” que vai junto com a seleção e uso desses itens. Resumidamente, o EDC é uma seleção personalizada de equipamentos de cada indivíduo, que chegou a essas escolhas após avaliar o que lhe é importante, em vez de um kit padronizado.

Seguindo essa teoria, a filosofia EDC trata de uma série de medidas técnicas e comportamentais que visam estar preparado para a maior parte de infortúnios que possam ocorrer  nas regiões frequentadas por um indivíduo.

Machos de praticamente todas as espécies conhecidas tendem a agir e “vestir-se” de forma chamativa. Este comportamento é pré programado instintivamente em nosso sub consciente, e visa unicamente a atrair o sexo oposto e intimidar possíveis concorrentes.

Nós humanos, somos seres sociáveis e devemos totalmente a nossa perpetuação como espécie à capacidade de conviver em comunidade. 

A maior parte das pessoas, gosta de se sobressair de certo modo. Tal comportamento, por mais que te digam o contrário, é completamente natural. Porém certas atitudes de nosso subconsciente pode nos fazer de alvo para olhares mal intencionados. Se um dia você tiver a oportunidade de conversar com um operador de Forças Especiais ou especialista em operações veladas, os mesmos sempre enfatizarão a necessidade de se mesclar ao ambiente. Entenda, esse comportamento é completamente oposto ao comportamento humano padrão.

Sobreviva

Pessoas que procuram pensar fora da caixa e se preocupam com seu bem estar e segurança, costumam analisar cuidadosamente possíveis rotas de fugas e características de pessoas ao seu redor, principalmente em locais novos e/ou desconhecidos. Infelizmente ainda existem pessoas que vivem em um universo particular de fantasia, e que fingem não acreditar na violência do mundo.

O que quero dizer com isso tudo? Aquele barbudo mal encarado, coberto de músculos e tatuagens talvez não seja o cara mais “durão” dentro de uma sala. Tampouco o mais perigoso. Os silenciosos, sem nenhuma característica marcante que chame a atenção. aqueles que se mesclam com o ambiente ao seu redor, podem ser extremamente letais, pois raramente você os verá se aproximar no meio da multidão.

Reflexo em meu EDC

Eu sou completamente viciado ao Tactical Way of Life, ou como é mais comumente chamado  nos EUA, que importou esse estilo de vida, 2A style (fazendo referência à Segunda Emenda da Constituição Norte Americana). Após anos me alimentando da sabedoria do mundo  tático, é praticamente impossível não deixar isso refletir para o nosso dia a dia. Meu guarda roupas aposentou as camisetas coloridas e de futebol, tênis chamativos, para uma pilha de calças táticas e camisas polo e lisas neutras. E por gostar tanto de me vestir assim, já quebrei as minhas regras milhões de vezes.

Vivemos num país cada vez mais conturbado e violento. Não podemos contar com a segurança do estado e esse mesmo Estado nos impede de nos proteger pelos nossos próprios meios a todo instante. Os criminosos se aproveitam de brechas na legislação e na impunidade por seus atos, pois sabem que, a única barreira entre ele e o seu objetivo, ou seja, o fruto do crime, é um policial armado. Então para que diabos, num país que reverte toda as formas de punições para o cidadão de bem, você gostaria de se parecer com um policial armado? Já que a possibilidade de estar realmente portando uma arma de fogo – na teoria –  é remota?

Por mais que sejamos loucos por molle webbing, roupas camufladas, calças cheias de bolsos, paracords, lâminas fixas, dobráveis, velcros e estampas nas camisetas que demonstrem o quanto gostaríamos de poder ter a chance de nos defender de fato, qual é a possibilidade de nos mesclarmos ao rebanho nos vestindo desse modo?

Para um olhar treinado, o pequeno clipe de aço do seu canivete escondido dentro do bolso, é um farol na escuridão. Para esse mesmo olhar, o modo como você  anda, corre, ou movimenta as mãos pode indicar se você porta uma arma de fogo ou até mesmo uma faca de forma velada. E se você não for o Batman, nunca use suas ferramentas em seu cinto. Além de ser facilmente identificável, ainda corre o risco de ser vítima do disparo de um policial que te identificou como ameaça iminente.

Portanto, a grande mensagem que quero passar é: Nossos equipamentos e acessórios são incríveis e ajudam a nos colocar num patamar acima das  pessoas medianas. Mas de que adianta portar diversas ferramentas que deveriam te auxiliar, quando as mesmas podem te punir por parecer ser algo que não é, ou pelo menos não pretendia ser naquele momento? A maior arma de um homem ainda é a sua mente e seu preparo.

E por viver em uma cidade onde a caça deliberada aos agentes da lei é algo normal, não posso dizer que é saudável se parecer com um, mesmo que num mero detalhe. E para um homem cinzento, há pouquíssimas forças amigas, e com certeza o estado e principalmente a bandidagem não é uma delas.

Lembrem-se sempre, o que não é visto, jamais será lembrado.

Na nossa loja você poderá encontrar diversos equipamentos para carregar seu EDC de forma prática e discreta. 

Acessa lá, www.galvanitacticaldefense.com.br.

Eu sou um Homem cinza, e você?

Obs: Texto adaptado através de artigo postado no blog CSAR ParaRescue, escrito por Leandro Bacelar

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