Quem opera em terreno repleto de inimigos sabe a situação que passa. A espera da morte é pior que a própria morte.

O filme se passa quando Mike Stevens, um soldado em missão no oriente médio que acaba fracassando em seu objetivo de eliminar um terrorista tem que se deslocar uma distância enorme pelo deserto com seu Spot, na tentativa de chegar ao local de extração. 

Mike acaba sozinho e isolado em um gigantesco campo minado. Sem alternativas práticas, o atirador de elite precisa confrontar seus limites psicológicos e físicos enquanto aguarda a chegada de socorro.

Vale ressaltar que o “momento” da sinopse começa já aos 15 minutos de duração, ou seja, temos um longa de quase 2h com uma narrativa pessoal e questionadora dos limites que um ser humano pode atingir.

Tudo aqui funciona como escape para mostrar o passado do protagonista e quais foram os momentos que ele não conseguiu enfrentar, sendo bloqueados por uma “mina”, sempre metafórica e de desacertos psicológicos complexos.

Apesar de na vida real esse clic não existir, o filme te deixa pensando o que eu faria em outra situação que minha vida estivesse em risco e que eu não poderia me mover.

Técnicos de eliminação de engenhos explosivos (EOD) comumente se referem a essas minas terrestres como minas de HSE – Minas de Efeito Especial de Hollywood.

Nenhum fabricante de minas deixa como cortesia esse “clic” para que o soldado saiba que vai morrer logo para que ele relembre da vida ou seja salvo. Ela simplesmente explode.

Só para se ter uma idéia, as minas de AP (anti Pessoal) geralmente são ativadas por pressão, um fio de tropesso ou detonação remota, dependendo do tipo de mina. 

O tipo mais comum, as minas explosivas, são enterradas superficialmente e acionadas por pelo menos 5 a 16 quilogramas de pressão (dependendo do sensor) aplicada à sua placa de pressão . 

Uma vez que um soldado (ou criança) pise nele, a mina AP irá detonar. A explosão é forte o suficiente para ferir gravemente ou até mesmo matar uma pessoa, transformando pedaços de ossos da vítima em fragmentação secundária.

Não há valor militar na criação de minas AP que dêem às vítimas uma chance de escapar ilesos. As minas de HSE são uma invenção da indústria do cinema para adicionar um elemento dramático aos filmes de guerra. 

Mas o filme vale a pena mesmo assim pela parte psicológica de situação semelhante como me referi acima.

A espera da morte é pior que a morte

Minas terrestres são um enorme problema porque,podem permanecer ativas por até 40 anos.

Matam indistintamente soldados ou civis. 

O caso de Angola, na África, é um dos mais trágicos. Quase 10 anos depois de encerrada a guerra civil (1977-2002), restam por lá, no mínimo, 5 milhões de artefatos não detonados.

Mas a situação pode ser bem pior, pois existem cálculos bem mais pessimistas. Como a da Cruz Vermelha, que estima em 15 milhões esse número.

Campos minados correspondem a aproximadamente 8% da superfície angolana – uma área ocupada por aproximadamente 2,4 milhões de pessoas. O resultado é óbvio: civis correspondem a quase 100% das vítimas.

Fonte:Revista Superinteressante

A mina terrestre é um dispositivo explosivo, de acionamento passivo geralmente pela vítima, instalada em grupos de forma a constituir obstáculo à passagem de tropas a pé ou veículos, blindados ou não, ou ainda de forma combinada com a presença de ambos os tipos.

Apresentam baixo custo, longa vida útil e demandam pequeno emprego de mão de obra para serem instaladas; razão pela qual se proliferaram muito em todos os conflitos do século XX, principalmente aqueles de baixa intensidade, tornando-se um grande problema para a população civil, mesmo após o fim das hostilidades, pois o custo de sua remoção tem se mostrado excessivamente alto.

A Mente domina o Corpo