O assunto sobre armaduras corporais é absolutamente enorme e pode-se escrever volumes sobre as questões técnicas desde o tecido até niveis de proteção. Minha intenção aqui não é escrever um texto profundo sobre o assunto, mas sim fornecer alguns princípios básicos para o emprego prático do colete, conforme minhas experiências me ensinaram.

De inicio já vamos desmistificar umas coisas que o marketing de algumas empresas vem disseminando a muito tempo. TODO COLETE É QUENTE, TODO COLETE É PESADO, TODO COLETE REDUZ A MOBILIDADE !!! Apenas alguns menos que outros.

Qual é o verdadeiro objetivo do colete balístico e chamado tático? Esta é uma questão muito boa, pois mesmo que você esteja vestido com um, ainda dói quando você é atingido e todos sabemos que sim, reduz a capacidade de movimento de luta corporal. Então qual é o objetivo? Bem, o colete realmente oferece duas coisas:

  1. O colete muitas vezes dá a oportunidade de sobreviver aos erros táticos que estão para acontecer.
  2. O colete mantém você em combate por tempo suficiente para vencê-lo. Isso não significa que você não será alvejado, mas pode impedir que você morra ali mesmo no local.

Vestido para a ocasião – Quando digo vestido para a ocasião, quero dizer que precisamos selecionar o colete correto para a ameaça, o ambiente e a missão. Como regra geral, se eu estou carregando um rifle, uso um colete classificado para rifle. Ou seja, espero que a ameça que eu vá encontrar também possua arma longa. Há exceções a isso, é claro, como o serviço policia de rua que pode encarar qualquer tipo de coisa e no geral, na maioria das regiões não recebe ameaças com rifles.

Mas para qualquer tipo de combate eu quero um colete. Para isso, é importante entender os vários níveis de proteção que diferentes coletes fornecem.

Para os policiais, os padrões de teste de blindagem corporal são regulamentados pelo Exercito Brasileiro. O EB publica um padrão de classificação que é classificado em cinco tipos (I, IIA, II, IIIA, III, IV) por nível de desempenho balístico.

As placas são homologadas pela norma NIJ 0101.04 no Brasil e no EUA pela norma NIJ 0101.07.

Então quando você ver um colete tático com o nome de IIIA esse fabricante colocou a priori o nome da proteção balística em sem modelo de capa o que não quer dizer que não comporte outros tamanhos pois a modelagem não tem relação com o nível de proteção.

O desenvolvimento de tecnologias está sendo trabalhado continuamente para alcançar os dois objetivos principais que todos os usuários finais desejam universalmente em seus coletes que são “mais leves e mais enxutos”. Como deve ser óbvio, à medida que o nível de proteção aumenta, também aumenta o peso e o volume do colete. É por isso que usamos CORDURA 500 e não 1000 em nossos produtos. Para não adicionar mais peso ao corpo de forma desnecessária.  Porque no final do dia esses dois fatores afetam bastante nossa mobilidade. Pense então ao final de anos de serviço contínuo. Menos sempre será mais.

O Colete Flexível

O colete flexível é feito de fibras têxteis extremamente fortes. 

Esse material para uma bala da mesma maneira que uma rede para uma bola de tênis. Girando o projétil e se enroscando nessas fibras, diminui a velocidade e dispersa sua energia em todo o painel. As munições expansivas ajudam nesse processo. Além disso, quanto mais lenta e pesada a bala, melhor. Balas de ponta de alta velocidade e endurecidas como as disparadas em rifles podem apenas cortar as fibras e perfurar o colete.

Para ter efeito contra os calibres de grandes velocidades, como o 7.62mm, o 5.56mm e o 30-06, é necessário reforçar a veste com uma placa rígida que distribui melhor o impacto, geralmente confeccionada em cerâmica.

O nosso modelo de colete Fenrir 1 e Fenrir 2 possuem essa capacidade de ser utilizado as duas placas simultaneamente.

Colete Fenrir 1
Colete Fenrir 2

Antes que alguém comece a sacanagem de que se for “Bala” então alguém deve comer, tenho que dizer que seu colete se chama ” a prova de bala” e não a prova de projétil. Então bala pode ser utilizado quando de fala de munição.

O colete flexível é fornecido em muitos tipos e modelos, dependendo do uso prescrito e fabricante. Para aplicações de ocultação ou “baixa visibilidade”, o colete balístico costuma ser a resposta por ter o menor impacto na ocultação, enquanto ainda oferece alguma proteção.

Quando procuramos coletes leves, as diferenças entre o tipo II e o tipo IIIA nos quesito de peso e volume não são realmente tão substanciais. No entanto, onde a diferença existe é na capacidade de te manter no combate após ser alvejado ; por exemplo, uma ameaça do tipo IIA ser interrompida por um colete do IIA vai causar um grande estrago em você, enquanto a mesmo disparo interrompido pelo colete do tipo IIIA mais alto ainda machucará, mas terá menos impacto na sua capacidade de lutar; é claro que isso é relativo, mas geralmente é o caso. Então, ao selecionar coletes leves, acho que o IIIA é a melhor escolha universal. Vai atende a maioria das ameaças existentes no mercado e é por isso que a maioria das policias o usa.

A empresa ARMA BLINDAGENS é uma das fabricantes de placas balística no Brasil com grande qualidade e investe pesado no desenvolvimento de novos materiais.

Ajuste da placa Flexível

O ajuste adequado do colete flexível depende do seu tamanho. As placas no Brasil são produzidas no formato de camisetas então utilize uma capa de acordo com o tamanho da placa balística pelo menos na altura. A largura depende muito de fabricante para fabricante e pode ser que você veja isso em nossos modelos que “sobram ” tecido nas laterais. Eles são produzidos assim para que comporte a maioria da placas brasileiras. Preocupe-se com a altura.

A  minha recomendação é usar os guias de dimensionamento recomendados pelo fabricante que se adequem a você de acordo com a sua estatura. Não corte de maneira alguma placas para que caibam em sua capa tática sexi por uma questão se segurança.

O colete precisa proteger o que chamamos de caixa torácica. Esta é a área no centro superior do tórax que contém o coração, os grandes vasos e a árvore brônquica. Estudos mostram que pessoas que apresentam trauma penetrante dentro dessa fronteira têm uma taxa de mortalidade maior que 80%. 

Mas esse é o mínimo dos mínimos; vejamos o que mais existe lá que precisa ser protegido. Os pulmões honestamente não são uma prioridade tão alta, eles sofrem danos muito bem, você tem dois deles e pode sobreviver com apenas um, mas é claro se você ou seu colega saberem fazer um procedimento de pneumotórax, e equipamento para faze-lo. Caso não seja seu caso, preocupe-se com os pulmões e muito, mas é passível de sobrevivência. Mas o fígado, por outro lado, é um órgão sólido muito vascular que é bastante suscetível a traumas penetrantes, por isso queremos que nosso colete cubra o fígado o máximo possível, sem sacrificar a mobilidade. A outra estrutura que precisa ser protegida é o diafragma.      

Proteção Ideal
Forma Errada de uso

Você realmente quer que seu colete esteja ajustado. Se for muito grande, ele subirá quando você estiver sentado e atingirá seu pescoço; se for muito curto, não terá a proteção necessária. Se for muito amplo, você não terá amplitude de movimento completa no meio, mas se for muito estreito, áreas vitais serão expostas. Então, você precisa se ater ao seu tamanho de colete adequado que cubra as áreas vitais.

Espero que esse pequeno texto tenha esclarecido o uso de coletes balísticos e táticos para você. Se você pensa diferente, deixe-nos saber nos comentários. Sua opinião irá agregar conhecimento a todos.