Desde que resolvemos produzir equipamentos para uso real, sempre pesquisamos matérias primas e sua forma de utilizar.

Ambiente é o que envolve os seres vivos por todos os lados e contém o ar, a água, a terra, o fogo e a energia de um modo geral. esses elementos são indispensáveis a nossa vida.

O ambiente em que vivemos, que influencia grandemente no nosso modo vivendis, é especialmente impactante quando considerado na atividade policial, haja vista, o policial operacional andar por ai com um cobertor por sobre o corpo que chamamos de colete balístico. Pense você como é passar 12 horas com uma manta sobre o peito e costas  e que não tem como transpirar. Lógico que isso pode ser uma das grandes dores de quem opera: se livrar do calor. Mas como fazer isso?

Em atividade física, o corpo humano aumenta a atividade de cada um dos seu setores – respiratório, circulatório, músculo-esquelético e imunológico, na busca da conquista de um desafio a suas habilidades. Um atleta treina pra isso exaustivamente, já nem todos os policiais podem ou possuem tempo em meio aos seus afazeres para treinar como um atleta para executar suas funções. Diferente de um atleta, a conquista de um policial pode ser voltar pra casa vivo. Isso com certeza exige muito mais do corpo, pois o fator aniquilação não esta presente na vida de um atleta se ele perder a competição.

São vários os fatores ambientais que podem influenciar potencialmente a performance e habilidade durante o serviço, mas certo é que, mesmo ciente dos fatores de adversidade e fatores de influência negativa par ao desempenho em determinados ambientes, o espirito de guerreiro, a afinidade pelo cumprimento da missão e a fantástica capacidade de adaptação do corpo humano fazem com que sejam cumpridas inúmeras missões todos os dias.

É notável que o sofrimento de alguns servirão de apoio para o sucesso de outros. Quem não lembra das fardas em 100% algodão? Das gandolas de combate que saiam do cinto de guarnição? Dos coturnos canela seca que acabavam com os pés? e tantos outros equipamentos que hoje estão muito melhores. O Colete tático passa também por essa metamorfose e segue sendo modificado ao longo do tempo.

Mas com o funciona isso no corpo humano?

O corpo humano é estruturalmente e fisiologicamente melhor preparado para viver em ambientes quentes e úmidos.

Nosso corpo possui mecanismos que procuram manter nossa temperatura estável entre 36º C a 37.5ºC, apesar das grandes variações da temperatura ambiente. A regulagem da temperatura no corpo humano, balanceado os efeitos de produção ou ganho de calor e sua perda ou dissipação é um mecanismo complexo.

REGULAÇÃO TÉRMICA DO CORPO HUMANO

Comparativamente, para o entendimento, pode ser explicada com um aparato termorregulador, no qual um sistema detecta as variações da temperatura por termossensores e envia sinais a uma central de integração. Esta, em resposta, direciona efeitos termorreguladores para conservar ou dissipar o calor, mantendo assim, a temperatura estável.

O hipotálamo é a estrutura  do sistema nervoso central tida como a principal responsável pela regulação térmica do corpo humano. A região anterior do tálamo é considerada a central de dissipação de calor e o hipotálamo posterior, o centro de manutenção. O hipotálamo funciona, portanto, como um termostato, regulando a atividade de perda ou conservação de calor.

Essa estrutura, formada por um grupo de células neurais especializadas, podem ser sensibilizadas de duas maneiras: diretamente, pela detecção da variação térmica do sangue que as alcança, ou indiretamente, por um mecanismo de termossensores localizados na periferia, a sua pele.

As respostas termorregulatórias incluem alteração vasomotoras influindo no fluxo e distribuição sangüínea, sudorese e tremor.

Na manutenção da homeostase, a resposta fisiológica é mais importante nas altas temperaturas, nas quais deve ocorrer dissipação do calor. 

Podem ser considerados 5 os mecanismos facilitadores da dissipação do calor: radiação, convecção, evaporação e respiração. 

Em resposta ao exercício e ao stress impostos pelo calor com o aumento da temperatura corporal, os mecanismos de dissipação incluem o aumento do fluxo sangüíneo na periferia (rubor da pele e seu aquecimento) e da sudorese. A perda de calor por radiação, convecção e condução representam cerca de 30% no mecanismo termorregulador, quando ocorre aumento da temperatura corporal durante a pratica do esforço. Os principais mecanismos de perda de calor são o aumento da sudorese e a vaporização desse suor. O copro humano tem dois diferentes tipos de glândulas sudoríparas:

ÉCRINAS, que se distribuem por todo o corpo com grandes concentrações nas palmas das mãos, plantas dos pés e cabeça, produzindo suor diluído, inodoro e incolor.

APÓCRINAS, que derivam dos folículos pilosos localizando-se assim, basicamente nas axilas e regiões genitais. Estas produzem suor com alto teor de carboidratos e proteínas, sendo mais espesse e com odor mais marcante.

As glândulas chamadas écrinas contribuem para a maior parte do suor produzido pelo efeito térmico e estados emocionais. Alguma dúvida que você então soa muito mais em batalha que em seu treino semanal? A taxa de sudorese pode chegar a 2 litros por hora em esportes. Não encontrei estudos que falem sobre a perda em situações de combate mas alguns relatos sobre morte por hiponatremia ocorrida em recrutas.

Segundo o estudo, a  hiponatremia fatal em atletas é rara, mas tem custado a vida de corredores de maratona e recrutas militares. Por essa razão, os profissionais de saúde esportiva devem entender as causas da hiponatremia e as medidas práticas que podem ser tomadas para reduzir o risco. 

A hiponatremia ocorre quando a concentração de sódio no sangue cai para um nível anormalmente baixo, levando a um inchaço rápido e perigoso do cérebro que pode resultar em convulsões, coma e morte. Embora a hiponatremia seja freqüentemente associada ao exercício prolongado, ela também pode ocorrer em repouso quando muito líquido é ingerido muito rapidamente.

A ingestão excessiva de álcool é um fator de risco fundamental para a hiponatremia, mas é possível que ocorra hiponatremia – sem beber em excesso – em atletas desidratados durante exercícios muito prolongados, como resultado de grandes perdas de sódio no suor.

O risco de hiponatremia pode ser reduzido assegurando-se que a ingestão de líquidos não exceda a perda de suor e ingerindo bebidas ou alimentos contendo sódio para ajudar a repor o sódio perdido no suor.

Para a maioria dos atletas, a desidratação continua sendo o principal desafio para a homeostase e o desempenho fisiológico, mas a hiponatremia deve ser reconhecida como uma possível ameaça para os atletas que bebem mais líquidos do que perdem no suor.

Ou seja, se você esta suando muito, esta perdendo mais que somente água. Seu corpo esta sofrendo e querendo manter você vivo. Somente beber água pode não ser o suficiente. Grandes perdas pelo suor e / ou pelo suor salgado aceleram a perda de sódio. O desequilíbrios de fluidos e eletrólitos não só ameaçam a saúde dos combatentes, mas podem prejudicar significativamente o desempenho e reduzir a eficácia no combate. 

Um relatório de ação produzido pelo exército americano em combate, mostrou que 40% da força de combate foi evacuada e tratada por desidratação-exaustão pelo calor durante as primeiras 72 horas de combate
operacional. Dois entre quatro combatentes foram utilizados para prestar ajuda aos soldados com problemas  e ajudar na evacuação de cada vítima, reduzindo efetivamente o poder de combate do esquadrão em 22-44%. 

Então, suar e suar muito pode não ser muito bom para quem esta em operação. 

Se você viu os primeiros vídeos onde testamos os modelos com tecido 3d internos, já tem uma noção. Veja então os testes com os coletes que não possuem esse material que supostamente é para te ajudar. Será? 

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