By Reuters BrasilAgosto 21, 2016

A Organização das Nações Unidas (ONU) comunicou nesta quarta-feira que está se preparando para retomar as remessas de ajuda humanitária para a Síria, suspensas após um ataque mortífero a um comboio de assistência perto da cidade de Aleppo dois dias atrás.

140 MIL MORTOS 
7 MIL CRIANÇAS 
5 MIL MULHERES

“A preparação para estes comboios foi retomada agora, e estamos prontos para levar ajuda a áreas sitiadas e de difícil acesso o mais cedo possível”, disse o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários em um comunicado emitido em Genebra.

Elizabeth Hoff, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Síria, disse que a entidade está preparando suprimentos médicos para serem entregues em um subúrbio da capital Damasco que estarão sujeitos às avaliações de risco de segurança normais.

Ela afirmou à Reuters: “Certamente estamos preparando itens de saúde para irem a Moadamiya o mais cedo possível. O comboio está sendo carregado hoje e está programado para amanhã”.

(Por Stephanie Nebehay)

Fonte: Reuters

Em 15 de Março, a guerra civil na Síria completa a triste marca de cinco anos e a data foi marcada por várias manifestações em regiões controladas pela oposição ao governo do ditador Bashar Assad.

O levante contra o regime de Bashar al-Assad teve início em 15 de março de 2011, durante a insurreição da Primavera Árabe, período em que as populações de países árabes, como Tunísia, Líbia e Egito se revoltaram contra os governos de seus países. O levante começou pacífico nos primeiros quatro meses, mas, a partir de agosto, manifestantes fortemente reprimidos passaram a recorrer à luta armada.

15 de Março de 2011

2012: a guerra civil

Em 2012, A Cruz Vermelha e a ONU classificaram os conflitos como guerra civil, abrindo caminho para a cobrança da aplicação do Direito Humanitário Internacional e para a investigação de crimes de guerra. As missões diplomáticas para resolver o conflito têm fracassado. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, do início dos conflitos até março de 2014, mais de 140 mil pessoas já morreram. Entre os mortos estão mais de 7 mil crianças e 5 mil mulheres.

Necessidade de mudança e promessa de nova Constituição

Há quase 50 anos, a Síria é governada pelo mesmo partido, o Baath.

O país é liderado com mãos de ferro pelo presidente Bashar Al-Assad desde julho de 2000. Antes disso, seu pai, Hafez al-Assad, presidiu o país por 30 anos. Nesse período, ele proibiu a criação de partidos de oposição e a participação de qualquer candidato de oposição em uma eleição.

Em fevereiro de 2012, foi anunciada a criação de uma nova Constituição, prevista para entrar em vigor após as eleições presidenciais de 2014. Embora o documento adote o pluripartidarismo, ele não reduz a permanência do chefe de estado sob o comando da nação, nem mesmo o seu poder.

Principais armas: fome e miséria

Os movimentos de Assad são estratégicos. O governo sírio controla as grandes cidades e as estradas mais importantes e tem usado a fome e a miséria como principal arma para punir a população civil, maior vítima dos conflitos.

Dificuldades: oposição dividida e os jihadistas

Mudanças no quadro de rebeldes podem estar rompendo a rebelião. A oposição, dividida em grupos rivais , encontra cada vez mais dificuldades em atingir o objetivo de derrubar o governo de Bashar al-Assad.

Os rebeldes – em sua maioria islamitas – e a Frente Al-Nosra – braço oficial da Al-Qaeda na Síria – enfrentam, desde janeiro de 2014, os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), a quem acusam de brutalidade e de ter vontade de hegemonia.

As vítimas

Cerca de 4,5 milhões de pessoas foram deslocadas dentro da própria Síria. 2,4 milhões abandonaram suas casas e se refugiaram em países vizinhos onde são frequentemente alvo de racismo e discriminação. Relatório divulgado em 10 de março de 2014 pela Unicef estima que 5,5 milhões de crianças tiveram suas vidas devastadas pela guerra. Cerca de 1 milhão estão presas em áreas sitiadas ou onde a ajuda humanitária não consegue chegar. 1,2 milhão vivem refugiadas, habitando locais insalubres, onde comida, água potável e acesso à educação são limitados. De acordo com o mesmo relatório, o número de refugiados sírios em países como Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito deve alcançar no fim de 2014 a marca de 4,1 milhões de pessoas. Outras 9,3 milhões precisarão de ajuda até o fim de 2015.

Fonte: Noticias Terra