WASHINGTON (Reuters) – A inteligência dos EUA concluiu que os militares russos ofereceram recompensas a militantes do Taliban no Afeganistão para matar soldados das tropas americanas e outras forças da coalizão, informou o New York Times na sexta-feira.

Citando autoridades informadas sobre o assunto, o Times disse que os Estados Unidos determinaram meses atrás que uma unidade de inteligência militar russa ligada a tentativas de assassinato na Europa havia oferecido recompensas por ataques bem-sucedidos no ano passado.

Acredita-se que militantes islâmicos, ou elementos criminosos armados intimamente associados a eles, tenham coletado algum dinheiro, segundo o jornal.

A Casa Branca, a CIA e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional recusaram pedidos da Reuters para comentar o relatório do Times.

O presidente Donald Trump foi informado sobre a descoberta da inteligência, disse o Times. Ele disse que a Casa Branca ainda não autorizou nenhuma medida contra a Rússia em resposta às recompensas.

Fonte Agencia Reuters

Reportagem de Eric Beech

Uma operação para incentivar o assassinato de tropas americanas e outras da OTAN seria uma escalada significativa e provocativa do que autoridades americanas e afegãs disseram ser o apoio russo ao Taleban, e seria a primeira vez que se sabia que a unidade de espionagem russa orquestrou ataques a tropas ocidentais.

Qualquer envolvimento com o Taliban que resultasse na morte de tropas americanas também seria uma enorme escalada da chamada guerra híbrida da Rússia contra os Estados Unidos, uma estratégia de desestabilizar adversários por meio de uma combinação de táticas como ataques cibernéticos, a disseminação de notícias falsas e operações militares secretas e negáveis.

O Kremlin não teve conhecimento das acusações, disse Dmitry Peskov, secretário de imprensa do presidente Vladimir V. Putin, da Rússia. “Se alguém as fabrica, nós responderemos”, disse Peskov. Um porta-voz do Taliban não respondeu a mensagens pedindo comentários.

Porta-vozes do Conselho de Segurança Nacional, do Pentágono, do Departamento de Estado e da CIA se recusaram a comentar.

As autoridades familiarizadas com a inteligência não explicaram o atraso da Casa Branca em decidir como responder à inteligência sobre a Rússia.

Fonte: nytimes