Atirador Ativo - O Que Fazer?

Os chamados atiradores ativos muito combatido no EUA começam a aparecer no Brasil. Como você irá se preparar para se defender dessa ameaça?

Qualquer homem que permite que um bandido vá a uma escola ou lugar público e mate crianças quando ele tem a habilidade de detê-lo é repugnante para mim.

Na terça-feira dia 11 de Dezembro, um dia comum para várias pessoas que vagavam pelas ruas imersas em seus pensamentos e planos de final do ano. Compravam presentes, pagavam contas, resolviam problemas comuns a qualquer pessoa normal. Algumas resolverão ir a uma igreja. Quem sabe até rezar por um futuro melhor ou agradecer por tudo que haviam recebido neste ano. Enfim, os motivos não saberemos mas estavam lá.

Uma das pessoas que escolheu estar lá, não partilhava desse tipo de pensamento. Ela queria matar. Matar o maior número de pessoas possíveis e que não pudessem esboçar reação. Que lugar melhor para isso do que uma igreja?

O estado mental de quem está em uma igreja não é de defesa e sim de entrega. Ótimo, se ela esta entregue a um sentimento bom não poderá de pronto entender o que se passa e dessa forma quem está la com outra mente com certeza terá vantagem.

Será que foi assim que pensou o atirador de 49 anos que adentrou a esse local armado e com intuito de matar 4 e ferir outras 4 pessoas de forma aleatória e se matar em seguida?

Os policiais civis disseram que o atirador almoçou em casa com a família e cerca de uma hora e quinze minutos depois cometeu os assassinatos logo após o fim da missa das 12h15.

“Ainda falta entender o trajeto da casa até a igreja, motivação exata ainda não temos, mas tudo indica que isso decorreu de um surto psicótico, ou seja, uma coisa dessa que se agravou”, disse o delegado José Henrique Ventura, que comanda as investigações pelo Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo-Interior 2 (Deinter-2)”.

“Foram mais de 20 tiros aqui dentro”, disse o padre Amauri Ribeiro Thomazzi, que havia acabado de celebrar a missa no momento do ataque.

Pessoas como essa, estão o tempo todo rodando próximo a você, instáveis emocionalmente.

Eu mesmo presenciei uma cena dessas no final do ano quando do nada uma senhor de 70 anos se voltou contra mim me chamando pra porrada.

Observei o comportamento de um ser psicologicamente fraco e que diante de outro ser na mesma situação teria iniciado uma tragédia familiar. Por sorte dele, estava diante de alguém que conhece esse comportamento.

As pessoas se insurgem contra você ou o meio em que vivem por muito motivos e as vezes até por contágio como diria Freud. A informação que recebem ou são expostas e as pessoas com quem convivem, suas frustrações e desejos podem desencadear comportamentos agressivos que podem levar a tragédias.

No EUA já é comum esse tipo de atividade de Lobos solitários ou não que atacam geralmente pessoas indefesas em “Gun Free Zone” de forma a não receberam uma contra resposta. 

Até Junho de 2018, o EUA tinha registrado 6 ataques por atiradores ativos que resultaram na morte de ao menos 40 pessoas e ferido outras 52. Em dois desses cinco casos, o atirador foi morto pelas forças policiais. No restante, os responsáveis foram presos e indiciados. 

Para os americanos, treinamentos periódicos contra tiroteios e a promoção de uma cultura positiva entre alunos e funcionários devem fazer parte da política de segurança nas escolas para prevenir massacres. No Brasil? Ah! Aqui isso não acontece.

As situações de atiradores ativos são imprevisíveis e evoluem rapidamente

“Um atirador ativo é um indivíduo ativamente envolvido em matar ou tentar matar pessoas em uma área confinada e povoada; Na maioria dos casos, os atiradores usam armas de fogo e não há nenhum padrão ou método para a seleção das vítimas”.

Ah! Mas no EUA, existe esse tipo de crime porque o acesso a armas é fácil, diria o desarmamentista. Então eu refresco a sua memória com um caso que você deve lembrar.

Um senhor de 50 anos resolve atear fogo em uma creche onde 8 crianças morreram e uma professora. Ele precisou de acesso a armas legais?  

Esse caso abre o espaço para que possamos dialogar sobre a nossa capacidade de reação frente a essa ameaça. 

A professora poderia simplesmente ter entrado em pânico e não fazer nada, mas segundo relatos, elas tentou salvar algumas crianças colocando-as por sobre as grades mesmo com o próprio corpo em chamas. Lutou contra o agressor no intuito de parar a ameaça.

Sabemos que uma luta é reativa ou proativa. 

Em reativo, você se encontra lá e deve lutar para vencer … e viver. Você não tem tempo para fugir, fugir ou qualquer outra coisa. Está acontecendo agora mesmo! você não encontra nada a mão que possa usar como arma se você não treinou pra isso. Se você treinou em portar alguma coisa, então saberá o que fazer… espero que você tenha alguma coisa e saiba usar. 

Na proatividade, você não está na luta, mas escolhe entrar nessa briga por motivos táticos, morais ou familiares.

Em um evento proativo, há o fator de tempo. O bandido está matando agora. Correr pra cima dele pode não ser uma resposta saudável, você realmente não tem tempo para “ir buscar” algo melhor para lutar. Mais uma vez, o tempo é o fator.

Você deve lembrar de um exemplo que ocorreu em São paulo quando um senhor sem preparo mas com vontade, se jogou sobre um bandido que mantinha uma mulher sobre a mira de uma arma nas escadarias de uma igreja na praça da Sé.

Para ele, não existia outra opção.

Se essa situação acontecesse agora, o que você teria em mãos para usar para parar essa ameaça? Você iria intervir mesmo com o risco da própria vida? Pense nisso.

Além disso, você pode supor que a policia está chegando. 

Enquanto nós gostamos de pensar que a resposta deles ao atirador ativo será rápida, pode ser que não seja. Pode ser que o transito os prejudique, pode ser muita coisa, inclusive a reação das outras pessoas que se encontram ali com você que sob pânico você não pode prever. 

A preocupação é não ser confundido com o atirador na chegada da policia ou até mesmo por outro participante da ação. 

Um homem devidamente treinado pode ofuscar facilmente a presença de uma arma curta ou uma faca, porém como identificar quem são os agentes no meio disso tudo?

Talvez o cara que esteja atirando em todo mundo claro, mas para os outros se você começar a atirar também de forma desordenada, seja confundido com o agente e essa informação seja repassada a policia pelo primeiro que sair. Todo cuidado é pouco mas nem por isso você deixará de reagir correto?

A questão aqui é estar preparado para essa reação e para o pós. Em se mostrar o heróis aos outros e não mais um agente. Identifique-se e deixe claro sua posição.

Ao longo do tabuleiro com o qual treinamos, a predisposição é atribuir o papel de atirador a um desconhecido, não-uniformizado, com uma arma.

Novamente, o papel recai sobre as armas de mão e seu uso cirúrgico, rápido e discreto. Nós treinamos assim, e nos preparamos para essa ameaça, mas como sabemos, existem outros tipos de ameças.

Israel sofre com ataques por facas, rápidos e silenciosos. Veja um dos vídeos abaixo.

Temos outros casos no Brasil como o Massacre de Realengo ocorrido em 7 de abril de 2011,  na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro. 

Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, matando doze deles, com idade entre 13 e 16 anos, e deixando mais de treze feridos. Oliveira foi interceptado por policiais, cometendo suicídio.

Histórias como essa se repetem de tempos em tempos, e devemos sim estar preparados para esse tipo de ataque, principalmente em épocas de divergências politicas e claras intenções de quem já foi a  mídia, exigindo sangue em suas manifestações.

Um ataque a um presidente da república, ameaças de bombas e terroristas sendo presos e mortos em solo brasileiro, deveria ser um alerta a todos nós cidadãos de bem que estamos expostos a esse tipo de coisa e que devemos saber e ter capacidade de resposta.

Se alto avalie e veja se você tem essa capacidade.

O próprio presidente da república Jair Bolsonaro foi esfaqueado e no meio de uma multidão de pessoas.

A reação de seu pessoal foi crucial para que ele esteja vivo hoje e ainda o agressor foi preso. Isso é papel de pessoal treinado. Fizeram as duas coisas, salvaram a vitima e prenderam o agressor. 

Você pode achar que não, que eles deveriam ter protegido e que a facada não deveria ter acontecido.

Amigo, isso é achismo e no meio de variáveis desconhecidas não há como prever tudo e sim reagir de forma como reagiram “se” acontecer o inesperado. 

Mas eles eram profissionais e você? Será a vitima ou o cara que ajuda?

Quer saber mais?

O Agente Federal Hugo Cordeiro escreveu um artigo sobre como responder a essa ameaça. Vale a leitura.

Situação de um Atirador Ativo – Como responder

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